Um projeto desenvolvido pelo Grupo de Humanização da Santa Casa de Misericórdia de Marília, por meio da coordenadoria de Gestão Institucional, tem estimulado a leitura e o “consumo colaborativo” entre funcionários, pacientes e acompanhantes. O acesso ao acervo é totalmente livre, sem cadastro, prazo para entrega ou multa por atraso. O único compromisso é com a consciência de manter os livros em circulação, de volta ao hospital ou em outra biblioteca pública.
A novidade agradou a dona-de-casa Maria de Lourdes de Souza, leitora assídua. Enquanto aguardava uma amiga em cirurgia, ela aproveitou para escolher um exemplar. “Muito interessante essa ideia. A leitura faz muito bem para a mente e quanto mais fácil for o acesso aos livros, melhor”, afirmou.
O projeto “livro-livre” parte do princípio de que após a leitura, na maior parte das vezes, o leitor não precisará mais do “objeto”, que poderá ser útil à outra pessoa. A ideia é valorizar o consumo de uma boa história, ao invés de um conjunto de folhas impressas envolvidas por uma capa. “Um livro não é um enfeite. Um livro não é decoração. Precisa circular”, defende o enfermeiro Márcio Mielo, coordenador de Gestão Institucional da Santa Casa.
O projeto começou a ser implantado no hospital em agosto deste ano, inicialmente com duas minibibliotecas, na sala de espera do centro cirúrgico e ao lado do relógio de ponto dos funcionários. Com as novas doações e o esforço da equipe, foi ampliado e já conta com seis locais, incluindo o centro de oncologia, sala de espera da endoscopia e sala de descano dos colaboradores.
Cada minibiblioteca tem entre 60 e 100 livros. A auxiliar de limpeza Luci Soares, indicada como “operadora do projeto”, mantém a organização do acervo nos displays, mas nenhum controle tem sido necessário para manter a qualidade e quantidade de livros. “Com esta ação o que buscamos é contribuir com a cultura da paz e estímulo à leitura, para desenvolver, de alguma forma, a cidadania, a justiça social e a valorização cultural e literária”, afirma Mielo.
Entre um expediente e outro, o auxiliar de enfermagem Henrique as Silva Campos, que presta serviço na farmácia da Santa Casa, sempre passa por uma minibiblioteca. Além da leitura nos intervalos, ele conta que já levou pelo menos três livros para casa, devolveu todos e resgatou um hábito que estava esquecido. “A forma como funciona (sem controle) estimula a leitura. A gente pega o livro sem pressa, sem compromisso e acaba devolvendo porque não quer que a biblioteca pare” explica.
Para a superintendente da Santa Casa de Marília, ações como o projeto “livro-livre” contribuem para tornar melhor o ambiente hospitalar, com mais interações que promovem bem estar a pacientes, acompanhantes e funcionários. “Apoiamos e estimulamos essas iniciativas. São ideias simples, que podem fazer muita diferença na rotina da instituição”, acredita.
Serviço – Interessados em contribuir com doações ao acervo da biblioteca livre da Santa Casa de Marília ou obter mais informações, para implementar projeto semelhante, podem entrar em contato com o setor de hotelaria, pelo telefone (14) 3402-5555 – ramal 5562.
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