Os orgânicos e não orgânicos do nosso dia-a-dia
Pensar no lixo que hoje geramos, nos diferentes cenários da vida, é fundamental enquanto seres humanos. Para iniciar esta conversa trago algumas palavras do autor Jacques Demajorovic, que sugere repensarmos o termo “lixo”, que talvez deva ser substituído por “resíduos sólidos”.
Antes eram meros subprodutos do sistema produtivo, mas passaram a ser encarados como responsáveis por graves problemas de degradação ambiental. Além disso, “resíduos sólidos” diferenciam-se do “lixo’. Enquanto este último não possui qualquer tipo de valor, já que é aquilo que deve apenas ser descartado, o primeiro possui valor econômico agregado, por possibilitar e estimular reaproveitamento no próprio processo produtivo.
Os resíduos sólidos possuem outra característica muito importante, uma parcela significativa do volume gerado é proveniente das próprias residências dos centros urbanos, o que permite, teoricamente, imediata contribuição de cada um de nós no sentido da minimização de seus efeitos negativos sobre o meio ambiente: a contribuição por exemplo de separar os resíduos em suas residencias e local de trabalho para reaproveitamento e reciclagem.
A geração de resíduos no dias de hoje tornou-se algo não mais possível de ser vista como uma ação inerente às necessidades humanas individuais ou coletivas; é certo que a mesma está diretamente vinculada ao desenvolvimento da espécie humana, a evolução tecnológica e as transformações ambientais e deve, portanto, ser trabalhada no exercício diário de toda e qualquer ação.
A mera separação de resíduos orgânicos dos não-orgânicos, uma ação simples, rápida e eficaz ganha peso incalculável se realizada como instinto por cada um de nós. Os resíduos não orgânicos são, em sua maioria, possíveis de reaproveitamento ou reciclagem e cada vez mais supreendem em sua destinação. Já os resíduos orgânicos, que podem ser definidos como todo resíduo de origem vegetal ou animal, são resíduos que se decompõem com rapidez, produzindo subprodutos que também podem ser aproveitados se armazenados e trabalhados corretamente. Este tipo de lixo também pode ser usado para a produção de energia (biogás), pois em seu processo de decomposição é gerado o gás metano. Outra utilidade do lixo orgânico é a produção de adubo orgânico, muito usado na agricultura, através do processo de compostagem.
São inúmeras as fontes de dicas e orientações para o aproveitamento do lixo orgânico e para a realização da compostagem, bem como para as varias ações que reduzem ou desaceleram a geração de resíduos, cabe a cada um de nós buscarmos e incutirmos as mesmas em nossas rotinas, hábitos e culturas. Cabe a cada um de nós a responsabilidade sobre o outro e com o ambiente que nos permite existir. Importante que todos nós possamos refletir e despertar para esta prática que deve se tornar uma rotina diária, através da mudança de nossa postura e do nosso comportamento frente a esta demanda que poucos parecem estar preocupados.
Luciane Pereira Marques é nutricionista e atua na Santa Casa de Misericórdia de Marília
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