Transplante renal raro foi realizado na Santa Casa de Marília; mulher se recupera bem
após receber os dois rins da criança, que morreu em São José do Rio Preto
Uma mulher de 42 anos, moradora em Assis, saiu da longa fila do transplante renal graças ao gesto da família de um menino de apenas dois anos, que morreu em São José do rio Preto. O chamado “transplante em bloco”, um procedimento considerado raro, aconteceu na Santa Casa de Marília, domingo, dia 16, e durou cerca de duas horas. A receptora passa bem e segue internada, em recuperação.
O garoto, morador na cidade de Urânia, região de Rio Preto, teve morte cerebral confirmada sábado no HCM (Hospital da Criança e Maternidade). Ele estava Internado desde o dia 9 de fevereiro. Amostra do liquido espinhal do menino foi encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz para análise. A suspeita é que ele tenha sido vítima de meningite.
A família foi abordada pelo serviço de captação daquela cidade e, apesar do momento difícil, compreendeu a importância do gesto. Além dos rins, a família do menino doou o fígado. O médico responsável pelo serviço de transplante renal da Santa Casa, José Cícero Guilhen, explica os motivos da central indicar um receptor adulto. “Na lista de espera não havia nenhum receptor infantil compatível, por isso a opção foi pelo ‘transplante em bloco’ dos órgãos, em um adulto com compatibilidade. A mulher recebeu os dois rins do garoto, que equivalem a um de adulto. É uma técnica rara, mas o procedimento correu tranquilamente”, explicou o médico.
Ontem, terça-feira, o nefrologista José Fernando Guilhen, responsável pelo expediente no setor, informou que paciente receptora continua internada. Seu estado de saúde é considerado estável e alta médica depende da evolução do seu quadro. “Ela terá que fazer acompanhamento ambulatorial inicialmente duas vezes por semana e depois, conforme a evolução, semanalmente, e assim por diante”, explicou o nefrologista.
Foi o quarto “transplante em bloco” realizado na história do serviço de transplante da Santa Casa, que funciona há mais de 30 anos.
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