Hospital trabalha com extrateto, ou seja, produz acima do volume pactuado de serviços; reivindicação é de aumento de 19% no contrato
O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, recebeu em seu gabinete em Brasília o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Marília, Milton Tédde, e a superintendente do hospital, Kátia Ferraz Santana. Em pauta, o aumento do teto do SUS (Sistema Único de Saúde) para a instituição filantrópica. A audiência, ocorrida na terça-feira, foi agendada por iniciativa do deputado federal Walter Ihoshi (PSD), que em visita à Santa Casa foi informado da urgência do ajuste.
Atualmente, a pactuação (contrato com o SUS) do hospital é de R$ 1,6 milhão mensais, visando procedimentos de alta e média complexidade. Porém, a cada mês, com autorização do gestor de saúde, a entidade extrapola o volume de atendimentos em cerca de 19%, ou seja, R$ 300 mil. O déficit acumulado com o chamado extrateto já chega a R$ 2,4 milhões.
A superintendente do hospital explica que o processo para o ajuste do teto já passou por trâmites locais e estaduais. Está reconhecida, nestas instâncias, a necessidade de aumentar os repasses à Santa Casa de Marília, referência para o SUS em diversas especialidades, como cardiologia, ortopedia, nefrologia, oncologia e outras.
A necessidade, agora, é o aval do Ministério da Saúde. “Com o aumento dos repasses, teremos um ajuste do teto financeiro à realidade do atendimento que já prestamos. Hoje trabalhamos com um extrateto que compromete o fluxo de caixa e traz preocupação”, disse a superintendente.
O ministro, ainda de acordo com Kátia, mostrou-se sensível à causa. Chioro não pôde responder prontamente à solicitação, mas afirmou aos diretores que irá analisar o pleito com brevidade, para que os usuários do SUS continuem a contar com os serviços da Santa Casa de Marília.
O provedor do hospital agradeceu a iniciativa do deputado Walter Ihoshi e e o acolhimento do Ministro. Ele classificou o encontro como “fundamental” para a continuidade da parceria com o SUS, sem comprometimento ao futuro da entidade. “Marília e região têm hoje uma instituição séria, competente e comprometida com a saúde pública. Mais de 60% do total dos nossos serviços são prestados ao sistema público e acreditamos que o Ministro, devidamente embasado pelas informações prestadas, irá promover esse ajuste”, afirmou Tédde.
Além dos ambulatórios referenciados pela DRS IX (Direção Regional de Saúde) e pelo gestor municipal, a Santa Casa também atende as urgências e emergências encaminhadas pela Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), principalmente para intervenção cirúrgica e internação.
Conforme dados consolidados referentes a 2014, durante o ano a instituição prestou 675.137 atendimentos (entre internações e atendimentos ambulatoriais). Foram 10.516 cirurgias, sendo 78% em pacientes internados. O percentual de atendimento ao SUS foi de 62,53%
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