Representantes de 22 municípios participaram da reunião; administradores reforçaram reivindicações e tiraram dúvidas sobre o pacote de medidas do Ministério da Saúde
A Santa Casa de Marília foi sede, na manhã da última terça-feira, de um encontro regional da Fehosp (Federação dos Hospitais Filantrópicos e Beneficentes do Estado de São Paulo). O objetivo foi compartilhar as novas deliberações do Ministério da Saúde com administradores hospitalares dos municípios que compõe a regional Ourinhos. A integração buscou ainda atualizar as reivindicações, para prosseguir na luta contra o subfinanciamento.
Novembro começa com a expectativa de melhorias, com o programa IAC (Incentivo de Adesão à Contratualização), do Governo Federal, e com alterações na chamada Lei da Filantropia, que e redefine critérios e trouxe algumas melhorias para o processo de concessão e renovação do certificado e consequentes benefícios fiscais. O encontro esclareceu dúvidas principalmente de provedores, administradores e gestores financeiros.
O presidente da Fehosp e provedor da Santa Casa de Palmital, Edson Rogatti, foi recebido pelo provedor da Santa Casa de Marília e diretor financeiro da entidade estadual, Milton Tédde. Eles já haviam participado, na segunda-feira, de um encontro na Assembleia Legislativa, com a presença da diretora do departamento Cebas-Saúde (Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social na Área de Saúde) e do médico Dr. Affonso Viviani Júnior, coordenador de Regiões da Secretaria de Estado da Saúde.
Na oportunidade, foram detalhados os incentivos e apontados caminhos para que os hospitais possam usufruir de todos os benefícios e reduzir a crise. “Tivemos vários avanços, mas ainda é preciso concretizar estas conquistas com a regulamentação das leis, para definir como os hospitais irão poder participar. Também estamos na expectativa da criação de um departamento no Ministério da Saúde só para cuidar dos filantrópicos. Isso vai facilitar o diálogo”, acredita Rogatti.
Apesar dos avanços, dirigentes de Santas Casas da região ainda mantêm queixas antigas, como a má gestão de recursos por parte de prefeituras que ignoram a legislação. O problema é grave, por aprofundar o endividamento das instituições e ameaçar o atendimento à população.
”A pontualidade deve ser um compromisso, pelo bom andamento da prestação de serviços”, destacou Milton Tédde.
PARCERIA – Um bom exemplo de diálogo e envolvimento veio de Itaberá, na região de Ourinhos. A secretária de saúde do município, Heloísa da Fonseca Chiozzini, participou do encontro na Santa Casa de Marília acompanhada do provedor, José Reinaldo de Oliveira, e da administradora, Ângela Pierame Vinholi.
“Assumimos a instituição há cerca de um ano e fizemos uma campanha de sensibilização e envolvimento na cidade. Tivemos um bingo beneficente de uma moto e conseguimos arrecadar mais de R$ 60 mil. Em pouco tempo, com apoio de empresários, conseguimos reformar apartamentos e trocar mobiliários que estavam sucateados. O resultado é que estamos conseguindo prestar amplo serviço à população e evitar que pacientes sejam transferidos para outras cidades da região”, disse a administradora, que após se aposentar, levou para Itaberá a experiência acumulada no HU (Hospital Universitário) de Maringá.
Para o presidente da Fehosp, é fundamental que gestores de saúde olhem para os filantrópicos como parceiros. “Quando cobramos uma tabela mais justa, incentivos e condições mais favoráveis para a contratualização e pontualidade não estamos numa briga pessoal com os governos. É pela causa. É pela manutenção da saúde pública. A sociedade é nossa aliada nessa luta, principalmente depois da nossa campanha ‘Tabela SUS: reajuste Já’, que mostrou de forma inédita os absurdos na tabela de procedimentos”, destacou Edson Rogatti.
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